Ensaias a morte na cama do hospital enquanto te injectam mais uns dias de vida. Poucos, tu sabes. Vejo-te no quarto abafado, a que cada dia chega uma história nova. Dou por mim a abanar-te com um leque, num movimento que conheço demasiado bem. O cheiro doce da doença alarga as narinas e cola-se à memória.
E mesmo assim, num canto irrespirável duma sala fervilhante de dor, irradias luz. Cheiras a mar. Ao mar do Guincho, cheio de ti. Onde se ouvem as tuas expressões pelo passeio da ciclovia, onde a areia ainda guarda os teus passos. A luz ilumina o teu sorriso e o mar que te esperou, abraça-te agora num movimento infinito que te perpetuará.
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1 comentário:
Queria só deixar-te um abraço :)...
de tempos a tempos passo por aqui na esperança de ter ler... e hoje encontrei-te por aqui
bj
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