“…E desejo as maiores felicidades ao candidato”. O presidente cala-se com um aceno. Vestido a rigor, de fato emprestado, Guilhermino ouve o suor abrir a porta e sair devagar, deslizando numa viagem penosa. Primeiro pela fronte, depois, gota a gota, numa corrente imensa de medo e orgulho que desagua num rendilhado discreto sob a camisa.
O coração, de um arranque inusitado, engole a língua e as palavras com ela. Numa dança pouco clássica, os olhos marcam passo nas letras encavalitadas sem sentido. O rio galga os sapatos, e o corpo, humilhado, desfaz-se nesse tremor viscoso.
Do infeliz, nem uma palavra.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário